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domingo, 3 de março de 2013

Fisiologia do envelhecimento


Fisiologia da Pele no envelhecimento

 

Introdução:

 

A duração média de vida aumentou consideravelmente no curso da História. Nos tempos pré-históricos os homens morriam aos 20 anos e raros eram aqueles que conheciam a velhice. Ele passa para 28 anos na Grécia, para 32 na Idade Média na Inglaterra, 48 anos na população que vivia nos Estados Unidos no princípio do séc. XX e para 63 anos em meados da Segunda Guerra Mundial. Em 1960, vivia-se em média 70 anos.

A expectativa de vida seguiu uma evolução comparável: No sec. XVIII de 10000 crianças, 3000 sobreviviam até os 5 anos, 5000 até os 20 anos e apenas o restante passava dos 60 anos. Atualmente a grande maioria da população provavelmente atingirá os 85 anos.

Dessa forma, há um grande aumento no número de idosos na população em geral e o mercado tem que absorver essa população de maneira adequada, o que nos leva ao estudo do envelhecimento cutâneo.

 

O envelhecimento Cutâneo

 

A pele senescente é definida pelo conjunto de alterações naturais ligadas ao processo de envelhecimento.  Esse envelhecimento ocorre de duas formas:

·        Envelhecimento natural: (fisiológico) que traduz as modificações do aspecto, da estrutura e das funções ligadas à idade no tocante a pele.

·        Fotoenvelhecimento: envelhecimento causado por exposição solar.

 Fatores responsáveis pelo envelhecimento da pele.

 

·        Fator genético: assim como ocorre com todos os órgãos, o envelhecimento da pele esta programado geneticamente, o que diferencia um indivíduo do outro. A pele de cada um envelhece de maneira própria e ao seu tempo. O aparecimento dos cabelos brancos, as rugas, e outros inconvenientes estão inscritos no DNA de cada um.

·        Fumo: se explica pelo efeito vasoconstritor da nicotina que diminui a oxigenação da pele. Além disso, conta com uma grande quantidade de radicais livres que promovem o envelhecimento cutâneo.

·        Agressões do meio-ambiente: o frio, a secura, a poluição, o ar condicionado entre outros, podem alterar a pele.

·        Fatores nutricionais: Carência de vitaminas e sais minerais também contribui no envelhecimento da pele.

·        Fatores mecânicos: a tração repetitiva dos músculos da pele podem aprofundar rugas e marcas de expressão.

·        Carência de estrógeno na mulher: acentua o envelhecimento da pele na menopausa.

·        O sol: é ele que tem a maior responsabilidade no envelhecimento cutâneo. As regiões “descobertas” do corpo, expostas de uma forma permanente ao sol (rosto, dorso das mãos, colo e nuca) envelhecem primeiro do que as cobertas.

 

Características comuns da pele senescente:

As alterações cutâneas podem ser evidenciadas nas diferentes camadas da pele: epiderme; derme e hipoderme. Dependem de fatores individuais, geneticamente determinados, bem como fatores externos os quais a pele foi exposta durante toda a vida.

As Rugas: elas apresentam a marca principal do envelhecimento. São produzidas pela ação repetida dos músculos do rosto. Nos jovens, a elasticidade da pele faz com que as modificações geradas pela contração destes músculos sejam reversíveis. Ao contrário, na pessoa idosa, cuja pele perdeu a elasticidade, as pregas tendem a se tornarem permanentes e a exposição solar aprofunda ainda mais o processo.

Com o envelhecimento a derme apresenta redução da espessura com perda das fibras elásticas e do colágeno. As fibras elásticas ficam mais amorfas e as colágenas afinam-se. Essas alterações são também responsáveis pelo enrugamento, muito embora grandes sulcos possam decorrer de alterações da hipoderme e da massa muscular. Estudos têm mostrado que o colágeno da derme muda tanto qualitativamente quanto quantitativamente com o envelhecimento. As mudanças qualitativas refletem na diminuição da solubilidade e na alteração de várias propriedades físicas da molécula (ficam mais estáveis, pelo acúmulo no número de ligações covalentes cruzadas entre as cadeias alfa das moléculas do colágeno). As mudanças quantitativas de colágeno são resultantes da diminuição da atividade metabólica dos fibrablastos, que são as células responsáveis por sua síntese. Não se pode esquecer que é a derme que proporciona a resistência e a elasticidade da pele.

A pele se torna fina:  a espessura da pele se tornar tão fina que pode se ver através dela a saliência azulada dos capilares sanguíneos.

Na epiderme, a camada córnea fica marcadamente reduzida, embora possa haver áreas de espessamento hiperceratótico. A hipoderme também poderá diminuir com a idade, agravando as condições da pele que, além de mais fina e vulnerável, ficará mais desprotegida sem o seu acolchoamento adiposo, favorecendo o enrugamento.

Flacidez e ptose: A pele fica com um aspecto amassado, formando grandes pregas nos braços, nas coxas e abdômen. A perda da elasticidade da derme esta relacionada a esse processo.

Pele seca: O estado de pele seca é uma sensação frequentemente mencionada em peles idosas. A pele pode ficar seca por uma questão de falta de hidratação (alteração nas glândulas sudoríparas) ou pobre em sebo propriamente dito (diminuição das secreções das glândulas sebáceas).  As glândulas sudoríparas e sebáceas diminuem, em tamanho e função, em graus variáveis.

De fato, a pele envelhecida se torna áspera ao toque sobretudo porque as células córneas da epiderme não descama mais de uma maneira imperceptível como ocorre em peles jovens.

A descamação, principalmente nas extremidades, é bem marcada, sendo basicamente causada por diminuição da secreção sebácea, por mudanças nos lipídios, associadas a menor conteúdo de água, predispondo a pele a maior ressecamento e presença de fissuras, com resistência diminuída à agressão de substâncias alcalinas, como sabões e outros produtos químicos. Há variações no tamanho e na forma das células da camada basal que apresentam distribuição desordenada.

Manchas senis: Com a idade, há uma progressiva redução do número de melanócitos da pele com consequente formação de manchas. Há também formação de sardas (pequenas manchas pigmentadas, castanhas) que surgem no rosto e no corpo de certas pessoas, sobretudo nas de pele muito clara, devido ao aumento da deposição de melanina. Surgem também melanoses (pigmentos pretos pelo depósito abundante de melanina). Estas alterações ocorrem em 50% dos indivíduos acima de 45 anos.

Fragilidade capilar : As alterações mais frequentes são o embranquecimento e a queda. O embranquecimento inicia-se nas têmporas, em faixa etária que depende de raça e hereditariedade, disseminando-se, gradualmente, pelo couro cabeludo.

 

Modificações fisiológicas na pele senescente:

São as modificações associadas à idade que atingem o conjunto do revestimento cutâneo e lesam as estruturas da pele. O envelhecimento cutâneo é evidenciado pela diminuição das secreções endócrinas afetando as reações enzimáticas do tecido conjuntivo e estruturas epiteliais, interferindo na nutrição da pele, nas fibras de sustentação, no tecido adiposo e dos músculos.

·        Modificações na epiderme: Os queratinócitos se renovam mais lentamente havendo uma diminuição na espessura da epiderme. Os melanócitos diminuem em quantidade, aproximadamente 10% a cada 10 anos o que leva a uma redução na proteção natural aos raios UV.

·        Modificações na derme: há uma atrofia considerável após os 70 anos. Reduz o número de fibroblastos, muda-se a estrutura do colágeno, cai a qualidade das fibras elásticas. Nas mulheres na pós-menopausa, o colágeno declina cerca de 2,1% ao ano.

·        Modificações na hipoderme: também diminui de tamanho e os vasos sanguíneos se rarefazem tornando a circulação mais lenta. Ocorre a diminuição da oxigenação na pele e o aumento do número de células de gordura.

 

 

 

Bibliografia:

www.dermatologiananet.com.br

Cosmetologia, Gerard Peyrefitte, Marie-Claude Martini, ed. Andrei 1998.

 

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