Fisiologia
da Pele no envelhecimento
Introdução:
A duração média de vida
aumentou consideravelmente no curso da História. Nos tempos pré-históricos os
homens morriam aos 20 anos e raros eram aqueles que conheciam a velhice. Ele
passa para 28 anos na Grécia, para 32 na Idade Média na Inglaterra, 48 anos na
população que vivia nos Estados Unidos no princípio do séc. XX e para 63 anos
em meados da Segunda Guerra Mundial. Em 1960, vivia-se em média 70 anos.
A expectativa de vida seguiu
uma evolução comparável: No sec. XVIII de 10000 crianças, 3000 sobreviviam até
os 5 anos, 5000 até os 20 anos e apenas o restante passava dos 60 anos.
Atualmente a grande maioria da população provavelmente atingirá os 85 anos.
Dessa forma, há um grande
aumento no número de idosos na população em geral e o mercado tem que absorver
essa população de maneira adequada, o que nos leva ao estudo do envelhecimento
cutâneo.
O
envelhecimento Cutâneo
A pele senescente é definida
pelo conjunto de alterações naturais ligadas ao processo de
envelhecimento. Esse envelhecimento
ocorre de duas formas:
·
Envelhecimento
natural: (fisiológico) que traduz as modificações do aspecto, da
estrutura e das funções ligadas à idade no tocante a pele.
·
Fotoenvelhecimento:
envelhecimento causado por exposição solar.
Fatores responsáveis pelo
envelhecimento da pele.
·
Fator
genético: assim como ocorre com todos os órgãos, o envelhecimento
da pele esta programado geneticamente, o que diferencia um indivíduo do outro.
A pele de cada um envelhece de maneira própria e ao seu tempo. O aparecimento
dos cabelos brancos, as rugas, e outros inconvenientes estão inscritos no DNA
de cada um.
·
Fumo: se
explica pelo efeito vasoconstritor da nicotina que diminui a oxigenação da
pele. Além disso, conta com uma grande quantidade de radicais livres que
promovem o envelhecimento cutâneo.
·
Agressões
do meio-ambiente: o frio, a secura, a poluição, o ar
condicionado entre outros, podem alterar a pele.
·
Fatores
nutricionais: Carência de vitaminas e sais minerais
também contribui no envelhecimento da pele.
·
Fatores
mecânicos: a tração repetitiva dos músculos da pele podem
aprofundar rugas e marcas de expressão.
·
Carência
de estrógeno na mulher: acentua o envelhecimento da pele na
menopausa.
·
O
sol:
é ele que tem a maior responsabilidade no envelhecimento cutâneo. As regiões “descobertas”
do corpo, expostas de uma forma permanente ao sol (rosto, dorso das mãos, colo
e nuca) envelhecem primeiro do que as cobertas.
Características
comuns da pele senescente:
As alterações cutâneas podem
ser evidenciadas nas diferentes camadas da pele: epiderme; derme e hipoderme.
Dependem de fatores individuais, geneticamente determinados, bem como fatores
externos os quais a pele foi exposta durante toda a vida.
As
Rugas: elas apresentam a marca principal do envelhecimento.
São produzidas pela ação repetida dos músculos do rosto. Nos jovens, a
elasticidade da pele faz com que as modificações geradas pela contração destes
músculos sejam reversíveis. Ao contrário, na pessoa idosa, cuja pele perdeu a
elasticidade, as pregas tendem a se tornarem permanentes e a exposição solar
aprofunda ainda mais o processo.
Com o envelhecimento a derme
apresenta redução da espessura com perda das fibras elásticas e do colágeno. As
fibras elásticas ficam mais amorfas e as colágenas afinam-se. Essas alterações
são também responsáveis pelo enrugamento, muito embora grandes sulcos possam
decorrer de alterações da hipoderme e da massa muscular. Estudos têm mostrado
que o colágeno da derme muda tanto qualitativamente quanto quantitativamente
com o envelhecimento. As mudanças qualitativas refletem na diminuição da
solubilidade e na alteração de várias propriedades físicas da molécula (ficam
mais estáveis, pelo acúmulo no número de ligações covalentes cruzadas entre as
cadeias alfa das moléculas do colágeno). As mudanças quantitativas de colágeno são
resultantes da diminuição da atividade metabólica dos fibrablastos, que são as
células responsáveis por sua síntese. Não se pode esquecer que é a derme que
proporciona a resistência e a elasticidade da pele.
A
pele se torna fina: a
espessura da pele se tornar tão fina que pode se ver através dela a saliência
azulada dos capilares sanguíneos.
Na epiderme, a camada córnea
fica marcadamente reduzida, embora possa haver áreas de espessamento
hiperceratótico. A hipoderme também poderá diminuir com a idade, agravando as
condições da pele que, além de mais fina e vulnerável, ficará mais desprotegida
sem o seu acolchoamento adiposo, favorecendo o enrugamento.
Flacidez
e ptose: A pele fica com um aspecto amassado,
formando grandes pregas nos braços, nas coxas e abdômen. A perda da
elasticidade da derme esta relacionada a esse processo.
Pele
seca: O estado de pele
seca é uma sensação frequentemente mencionada em peles idosas. A pele pode
ficar seca por uma questão de falta de hidratação (alteração nas glândulas
sudoríparas) ou pobre em sebo propriamente dito (diminuição das secreções das
glândulas sebáceas). As
glândulas sudoríparas e sebáceas diminuem, em tamanho e função, em graus
variáveis.
De fato, a pele envelhecida
se torna áspera ao toque sobretudo porque as células córneas da epiderme não
descama mais de uma maneira imperceptível como ocorre em peles jovens.
A descamação, principalmente
nas extremidades, é bem marcada, sendo basicamente causada por diminuição da
secreção sebácea, por mudanças nos lipídios, associadas a menor conteúdo de
água, predispondo a pele a maior ressecamento e presença de fissuras, com
resistência diminuída à agressão de substâncias alcalinas, como sabões e outros
produtos químicos. Há variações no tamanho e na forma das células da camada
basal que apresentam distribuição desordenada.
Manchas
senis: Com a idade, há uma progressiva redução do número de melanócitos
da pele com consequente formação de manchas. Há também formação de sardas
(pequenas manchas pigmentadas, castanhas) que surgem no rosto e no corpo de
certas pessoas, sobretudo nas de pele muito clara, devido ao aumento da
deposição de melanina. Surgem também melanoses (pigmentos pretos pelo depósito
abundante de melanina). Estas alterações ocorrem em 50% dos indivíduos acima de
45 anos.
Fragilidade
capilar : As alterações mais frequentes são o
embranquecimento e a queda. O embranquecimento inicia-se nas têmporas, em faixa
etária que depende de raça e hereditariedade, disseminando-se, gradualmente,
pelo couro cabeludo.
Modificações
fisiológicas na pele senescente:
São as modificações
associadas à idade que atingem o conjunto do revestimento cutâneo e lesam as
estruturas da pele. O envelhecimento cutâneo é evidenciado pela diminuição das
secreções endócrinas afetando as reações enzimáticas do tecido conjuntivo e
estruturas epiteliais, interferindo na nutrição da pele, nas fibras de
sustentação, no tecido adiposo e dos músculos.
·
Modificações
na epiderme: Os queratinócitos se renovam mais
lentamente havendo uma diminuição na espessura da epiderme. Os melanócitos
diminuem em quantidade, aproximadamente 10% a cada 10 anos o que leva a uma
redução na proteção natural aos raios UV.
·
Modificações
na derme: há uma atrofia considerável após os 70 anos. Reduz o
número de fibroblastos, muda-se a estrutura do colágeno, cai a qualidade das
fibras elásticas. Nas mulheres na pós-menopausa, o colágeno declina cerca de
2,1% ao ano.
·
Modificações
na hipoderme: também diminui de tamanho e os vasos
sanguíneos se rarefazem tornando a circulação mais lenta. Ocorre a diminuição
da oxigenação na pele e o aumento do número de células de gordura.
Bibliografia:
www.dermatologiananet.com.br
Cosmetologia, Gerard
Peyrefitte, Marie-Claude Martini, ed. Andrei 1998.
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